Hoje colocaram-me cortinados do lado de fora da janela. Com certeza alguém de um amor infinito, que mos quis oferecer e com medo de me melindrar os deixou ali, na janela, não do lado de dentro, onde nunca os houve, mas do lado de fora, o único acessível quando a porta está fechada.
Não gosto de cortinados. Tiram-me a luz e impedem-me a visão. Mas estes são tão suaves e alvos, que me deixam ver tudo à volta com uma aura de paz. As coisas deixam de ser aquilo que de negro e cinza costumo ver delas e são hoje brancas. Hoje consigo ver o que têm de melhor.
E elas são qualquer coisa entre esses dois extremos... tal como eu. E caminham. Caminham. Caminham, para onde?
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